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O
SÃO PEDRO DE CACHOEIRA DE EMAS: QUANDO E COMO ELE CHEGOU LÁ?
Foto:
Antonio Felippe
Em
2015, a imagem de São Pedro, que está num pedestal posicionado
entre as pedras e corredeiras do rio Mogi-Guaçu, em Cachoeira de
Emas, completará meio século naquele lugar.
Antes
do traslado, a escultura de São Pedro ficou exposta na vitrine da
Loja Brasília, na rua Duque de Caxias, chamando a atenção de todos
que por lá passavam.
Uma procissão fluvial, que saiu de
Porto Ferreira, no dia 6 de agosto de 1965, dia do aniversário de
Pirassununga, conduziu a imagem de São Pedro até Cachoeira de
Emas.
Naquela tarde de aniversário da cidade, nas escadarias
da Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos, após as bênçãos do padre
Otávio Dorigon, a imagem de São Pedro foi conduzida até Porto
Ferreira, em carreata pela Rodovia Anhanguera.
Na
vizinha cidade, o padroeiro dos pescadores recebeu a acolhida
calorosa de mais de 3.000 pessoas que, ao lado do padre Octaviano
Pavesi, da Paróquia de São Sebastião, aguardavam o cortejo no
porto de areia, às margens do rio Mogi-Guaçu.
Sob as
manifestações de fé do grande público ali presente, a histórica
procissão fluvial deixava a cidade de Porto Ferreira por volta das
14h30, inicialmente com 8 canoas, uma delas conduzindo a imagem.
Aquela teria sido a primeira procissão fluvial do rio Mogi-Guaçu,
entre Porto Ferreira e Cachoeira de Emas.
A canoa com a imagem
de Pedro fora conduzida por Aparecido Senhorini e José Rosa. Em
outra embarcação estavam o inspetor de Caça e Pesca, Anthero
Boller de Souza, Isaias Andrade e padre Otávio Dorigon.
Os
proprietários dos ranchos localizados ao longo do trajeto prepararam
belíssimos altares para homenagear a passagem do padroeiro dos
pescadores. A cada ponto do rio, mais e mais canoas se juntaram ao
cortejo. Padre Dorigon abençoava a todos que estavam posicionados às
margens do rio Mogi-Guaçu.
Às 16h30, a procissão fluvial
chegava à prainha de Cachoeira de Emas, onde inúmeros fieis a
aguardavam. Em terra firme, a imagem fora conduzida ao altar montado
em frente à Escola Estadual “Eloy Chaves”, onde o padre Otávio
Dorigon, ao lado das meninas órfãs do Lar Menino Deus, rezou solene
missa.
Após a celebração eucarística, São Pedro fora
levado ao pedestal, entre a ponte e a barragem, onde está até hoje.
Uma passarela de tábuas afixadas por sobre as pedras permitiu o
acesso da imagem até o local, acompanhada de grandiosa queima de
fogos e a manifestação de milhares de pessoas, que gritavam “Viva
São Pedro!” e agitavam lenços brancos.
Segundo a escritora
e parteira Guaraciaba Vanin, em seu livro “Crendices, Superstições
e Estórias da Terra Curimbatá”, 1977, da Editora Pirassununga
Ltda, o pedestal onde está São Pedro fora construído por
iniciativa do dentista Sebastião Tognoli.
O acontecimento
histórico para Cachoeira de Emas, que marcava o 142º aniversário
de Pirassununga, mobilizou milhares de pessoas. Antigos moradores do
distrito fizeram questão de prestigiar aquele ato e fé e
religiosidade, entre eles, Raimundo Rosa, na época com 71 anos,
Francisco Felipe, 73 anos, e Antonia Martins, a Nhá Guta, com 100
anos.
Isso é História!