Em 1886 houve necessidade da construção e abertura de um ramal que pudesse
transportar cargas para o outro lado do rio Mogi Guaçu. Chamada de Ramal de
Santa Veri-diana, a estação seria responsável por ligar Laranja Azeda até
Decalvado. Nascia aí a Estação de Emas.
Responsável pela origem do distrito que leva o nome de Cachoeira de Emas, a
estação faria apenas o transporte de cargas, após ser construída pela Cia
Paulista de Estradas de Ferro. Mas a burocracia da época e uma “briga” entre as
ferrovias Mogiana e a Cia Paulista atrasou seu início e o tal prolongamento
para Santa Veridiana seria decidido apenas em 1888, sob forte pressão contrária
da Mogiana, que alegava invasão de sua “zona privilegiada”.
Segundo o pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, autor do livro “Caminho para
Santa Veridiana”, a Cia Paulista decidiu ampliar o ramal para atingir a zona
cafeeira de Santa Cruz das Palmeiras, além do rio, e bem próxima à linha-tronco
da concorrente. Mudou o curso do ramal, construiu outra estação, demoliu a velha
e fez uma ponte metálica. A nova estação, inaugurada em 1891, foi construída na
“Fazenda da Barra” - hoje Fazenda da Aeronáutica.
Hoje, a Estação de Emas está abandonada e parte dos edifícios se encontra em
ruínas. Uma luta contra a ação do tempo para manter viva a história de
Pirassununga. Com alicerces de pedra e vigas de ferro fundido, o antigo
depósito e a pequena estação ainda estão de pé, mas com a estrutura
comprometida. O ramal foi desativado em 1976 e os trilhos retirados no início
da década de 80.
“Cachoeira de Piraçununga”
Segundo o escritor Xavier Novaes, em seu livro “Apontamentos Sobre a Cidade de
Pirassununga”, o pequeno povoado era antes conhecido como “Cachoeira de
Piraçununga”. Com a construção da Estação de Emas, a única referência do local,
a cachoeira do rio Mogi-Guaçu (não havia uma cachoeira e sim uma corredeira),
que ficava próxima à Estação de Emas, passou a se chamar Cachoeira de Emas.
O professor Manuel Pereira de Godoy cita em seu livro que o nome “Emas” dado
àquela estaçãozinha de trem se deu devido à abundância dessa ave típica do
cerrado nas proximidades daquele pequeno terminal de cargas. No caso, o que os
moradores do povoado viam não eram Emas, mas sim Siriemas, ave-símbolo do
cerrado brasileiro.
Jornal O Movimento - Pirassununga
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