BANCA DO BORTOLOTI E UM DOS ÚLTIMOS ENGRAXATES

A BANCA DO BORTOLOTI E UM DOS ÚLTIMOS ENGRAXATES

O local onde ficava instalada a Banca de Jornais e Revistas do Bortoloti, na praça central e em frente ao Ponto Chic, sempre foi e sempre será o “epicentro-político-convulsivo” de Pirassununga - a “Esquina do Pecado” -, que concentra o maior número de indignados/decepcionados por metro quadrado com a classe política local.

 A banca não existe mais. Nem o proprietário, Bortoloti, já falecido.

 O menino engraxate é Paulo Rogério Furlan, na época (1987) com 11 anos, filho de Antonio Furlan, que também aparece no canto direito da foto. Paulo Rogério teria sido um dos últimos engraxates da cidade.

 A profissão, que inseria as crianças no mercado de trabalho, passou a existir em Pirassununga por iniciativa dos imigrantes italianos que aqui chegaram, cuja prática era comum na Itália, em suas comunas de origem.

 Engraxate foi a primeira profissão de muitos pirassununguenses, que se lembram com orgulho e alegria dos serviços que prestaram à comunidade.

 Com uma caixa de madeira com latas, escovas e outros objetos, os meninos circulavam em sua maioria pela praça central, oferecendo seus préstimos.

A população os recebia com carinho e atenção.

 Aquelas crianças tiveram logo cedo a chance de aprender um ofício digno e compreender, na prática, o sentido da palavra responsabilidade, além de colaborar nas despesas da casa com o que ganhavam.
 Por um bom período, os meninos engraxates eram supervisionados pelo comissário de menores Dario Mello, temido pela garotada. Dario era exigente. Aquele que não respeitasse as regras corria o risco de perder a caixa. Isso era a última coisa que eles desejavam.

NA FOTO

 Infelizmente, a maioria das personalidades que aparece nesta foto de 1987 não está mais entre nós. Da esquerda para a direita: José Benevenutto, (???), barbeiro Nestor Valsechi, Bortolotti (dono da banca), Raul de Lima, (???), Antonio Menin e Antonio Furlan. O engraxate é Paulo Rogerio Furlan.
 Esta foto pertence ao acervo saudoso Nestor Valsechi, gentilmente cedida pela sua filha, professora Altiva Valsechi.


Texto de Roberto Bragagnollo

publicado no facebook: fonte https://www.facebook.com/roberto.bragagnollo/posts/428159877391586?comment_id=428354754038765&notif_t=feed_comment_reply