sábado, 17 de agosto de 2013 | By: PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS

Poti



POTI, 

83 anos

CONHEÇA AQUI UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

Figura das mais populares, Laerte Potiguar Giovanini, o Poti, 83 anos, conquistou o carinho da população. Essa figura simpática, que encontramos todos os dias nos bancos da praça central, nasceu em Osasco e chegou em Pirassununga com 38 anos de idade.


Seu pai, Américo Giovanini, era coronel músico do Exército, onde tocava saxofone, piano e violino. Sua mãe, a pirassununguense Ana de Souza Giovanini, faleceu quando Poti tinha apenas 2 anos de idade. Teve três irmãos, dois homens que morreram na guerra e uma mulher. 

Por pouco não virou padre. Estudou no Seminário do Sagrado Coração de Jesus e, quando estava prestes a optar pelo celibato, o pai o impediu de seguir a vida sacerdotal. Ele fez um pouco de tudo na vida: foi bancário, trabalhou em escritório, foi arquivista, viajante e desenhista técnico.


A Cooperativa Mista Agropecuária foi seu primeiro emprego em Pirassununga. 

Durante três décadas atuou como viajante, vendendo pinga em diversas cidades do interior paulista. Aposentado, trabalhou para a Caninha 21, a Caninha Piracana, a Caninha 109, a Caninha 61, a Caninha 31, a Cavalinho Branco, a Velho Barreiro e por aí afora. Foi o último vendedor da Caninha Piracanjuba, de Pirassununga.


Em todas as cidades, usava a bicicleta para visitar os clientes. Confessa que a vida toda usou paletó e gravata para disfarçar a vergonha que tinha de ser tão magro. “Já tive 194 bicicletas”, conta. Em cada cidade tinha uma, à vezes duas. Nos lugares por onde passava, conquistava a todos pela sua maneira extrovertida de ser e de tratar as pessoas. 


Agarrado à sua inseparável sacolinha, a gravata e os velhos óculos sem lentes, Poti faz da praça central de Pirassununga seu consulado. Ali almoça, “toma banho” de sopapo e brinca com todos que por ali passam. “Gosto de ler histórias de faroeste e de guerra. 


Sou fanático pelo Tio Patinhas, Pato Donald, Mickey...”, explica. Poti tem uma cultura geral fabulosa, mas prefere o deboche a ter de provar seu conhecimento. Além de colecionar paletós, óculos e gravatas que ganha dos amigos, também imita o Chacrinha, Jânio Quadros, Adolf Hitler, entre outros. Nos finais de tarde, ao encerrar o “expediente”, Poti “bate o cartão” no Bar do Toninho Borges, onde faz a última refeição do dia. “Nunca bebi e nunca fumei”, orgulha-se. Ele foi um dos “Tipos Populares” retratados óleo sobre tela pelo artista Wanderlei José Martelli, o único vivo deles. 

Em 2007, transformou-se num dos “Bonecões” do carnaval de rua, uma homenagem que a Prefeitura de Pirassununga prestou a essa criatura tão querida por todos. Naquele carnaval, ao desfilar ao lado de seu “Bonecão”, quase teve um enfarte, tamanha a emoção pelos aplausos que recebeu do público que superlotava a rua Duque de Caxias.

Nas comemorações dos 190 anos de Pirassununga, nossas homenagens a essa figura querida por todos nós. Viva o Poti!!!!


UMA ESCULTURA DO POTI SENTADO NO BANCO DA PRAÇA DE PIRASSUNUNGA

Eu e o artista Betho Roza sonhamos um dia instalar num dos bancos da praça central uma escultura em tamanho natural do Poti, a exemplo do que foi feito com Carlos Drummond de Andrade, num dos bancos do calcadão de Copacabana, no Rio de Janeiro. 

Com esse gesto, queremos expressar nosso carinho e nosso respeito para com todos os tipos populares que passaram por esta Terra Curimbatá ao longos desses 190 anos: Olímpio Lata, Tião Botija, Alzira Louca, Juvenal, Pimpinela, Capitão Biriba, Lanquã, Maria Marcha Ré, Queijinho, Neuza das Bonecas, Tupéva, Tonho Bortolotti, Zé Mole, Zé Val, Zé Criatura e tantos outros.

No ano passado, Betho Roza fez uma série de fotos do Poti sentado no banco da praça para, a partir delas, executar tal obra. Um dia, quem sabe... Estamos buscando patrocínio de empresas ou pessoas físicas interessadas. Não queremos nada da Prefeitura.

Lembrando, que nossa identidade cultural e histórica é construída por pessoas simples, que aparentemente não têm histórias. São doidos, bêbados, intelectuais, boêmios... São pessoas do povo - com ou sem nenhuma tradição - que perderam nome e sobrenome e que, na sua irreverência, escrevem e continuam escrevendo nosso cotidiano.

Créditos/Fonte: Roberto Bragagnolo (ex secretário de cultura e turismo de Pirassununga), postado em seu facebook, com permissão para publicação neste blog 




5 comentários:

Anônimo disse...

Ola , sou de Campinas mas cresci em Pirassununga sempre nas ferias estava com meus primos , moravam na Capitao Maneco com Duque de Caxias familia Beozzo/Muglia/Tavelin , vi a foto e me lembrei do meu avo por parte de mae e parecido com ele Cesario Beozzo ,fazia gaiolas de madeira ,arreios para cavalos e sempre ajudava ele quando estava por ai , me levava a passeios pela linha do trem ate Cachoeira de Emas ,passavamos pela Bombinha , Laranza Azeda , saudades deste tempo........

Lucy Noronha disse...

Olá.
Meu nome é Lucy. Nascida e criada em Pirassununga, até meus 12 anos.Meu avô Edgar Rodrigues faleceu em 1970 e então minha avó Sonia Rodrigues e eu, nos mudamos para São Paulo. Minha madrinha de batismo é Areosa Tuckmantel. Tenho saudades dela e gostaria muito de ter notícias dela. Última notícia que eu tive foi de que estava morando em Campinas com sua irmã Alzireia casada com Domingos. Eu morava na rua Capitão Maneco, 68 e éramos vizinhas à casa da "tia Teca".

PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS disse...

Bom dia Lucy, favor mandar um e-mail para mim, que passarei o telefone da da sua madrinha Tuckmantel, tuckmantel@bol.com.br, já até falei para ela sobre sua postagem!!! abraços

Lucy Noronha disse...

Muito obrigada por sua resposta. Meu e.mail
Lucyanita1958@gmail.com

Anônimo disse...

Esse cara era muito da hora eu morei uns tempo na rua e eu via ele ele sempre alegre mesmo por mim se eu fosse do governo sei lá com quem fala sobre isso eu faria uma estátua dele sentado em um dos bancos da nossa Praça Central seria ótimo para quem conheceu o mesmo....incrível está reportagem.