sábado, 10 de setembro de 2016 | By: PAULO HENRIQUE TÜCKMANTEL DIAS

Biblioteca Municipal "Chico Mestre"




BIBLIOTECA MUNICIPAL “CHICO MESTRE”
Entre as homenagens prestadas ao professor Francisco Conceição - o "Chico Mestre" -, um dos maiores educadores que Pirassununga teve ao longo de sua história, a mais significativa de todas foi quando a Biblioteca de Pirassununga passou a se chamar Biblioteca Pública Municipal “Chico Mestre”.
A data nunca é lembrada. No dia 10 de setembro de 1947,  era inaugurada a Biblioteca Municipal “Chico Mestre” em Pirassununga.
Numa reunião da Comissão Municipal de Biblioteca realizada naquele ano para definir a escolha do patrono da biblioteca, dos 549 votantes foi escolhido por expressiva maioria - por 476 votos (86,7%) -, o nome do grande educador “Chico Mestre”.
A Biblioteca Municipal “Chico Mestre” foi inaugurada às 10h30, no Edifício Duque de Caxias, com a presença de familiares do patronímico, autoridades civis e militares, representantes de associações de classe e da imprensa.
Durante a solenidade, o orador foi o professor Joaquim do Marco. Ao estudar a personalidade de Francisco Conceição, traçou uma biografia completa e perfeita de “Chico Mestre”, que sensibilizou a todos.
Naquela solenidade, o professor Prospero Grisi, presidente da Biblioteca Municipal, discursou em nome da Diretoria dando conta daquela realização e dos trabalhos cumpridos até então. Ao final, convidou Vitalina Conceição, neta do patrono, para cortar a fita inaugural.
O então vigário da Paróquia, Cônego Cruz, procedeu a benção das instalações. Assim, a cidade prestava merecida homenagem a um dos mais ilustres cidadãos que escolheu Pirassununga para desenvolver, com amor e desenvoltura, a sua missão de ensinar.
QUEM FOI CHICO MESTRE?
Chico Mestre: um nome esquecido, ignorado. Pela importância de seus feitos na área educacional em Pirassununga, merecia ser lembrado e celebrado sempre. Francisco Conceição, o ”Chico Mestre”, foi um dos maiores educadores que Pirassununga teve ao longo de sua história.
Num mundo acostumado a cultuar às avessas seus ícones, a biografia de um grande mestre não desperta o menor interesse. Soa insano, débil e desproposital.
Francisco Conceição, o “Chico Mestre”, nasceu em Pouso Alegre (MG), no dia 20 de dezembro de 1.880. De família pobre, ainda jovem transferiu-se para Pirassununga em 1880, onde instruiu-se para a concretização de seu sonho maior, o exercício do magistério.
Teve início, então, a extensa vida pública de “Chico Mestre”, professor provisionado municipal, que depois de cursar a Escola Normal de São Paulo, retornou a Pirassununga com a consolidação de seu grande ideal: professor normalista. Em Pirassununga, casou-se com Vitalina Ferraz Conceição.
PROFESSOR DA PRIMEIRA ESCOLA
"Chico Mestre" foi titular de uma das cadeiras da Escola do Povo, a primeira de Pirassununga, que funcionava no edifício ainda preservado, na esquina das ruas General Osório e Coronel Franco, função que desempenhou até sua nomeação para Inspetor Literário, cargo equivalente hoje ao de Dirigente Regional de Ensino.
Como inspetor, concorreu para a difusão da instrução no setor que lhe pertencia, que compreendia as cidades de Cordeiro, hoje Cordeirópolis, e Santa Rita do Passa Quatro.
Lutou pela criação de “Escolas Reunidas” e dos “Grupos Escolares”. Fundou e dirigiu um “Gabinete de Leitura”, nome que se dava à biblioteca naquela época.
Fundou e atuou como redator dos jornais “A Nebulosa” (1889), e “A Opinião Pública” (1890). Publicou trabalhos pedagógicos, que o colocaram em destaque entre os integrantes do magistério público.
Em 1902, foi encarregado pelo Governo Estadual de instalar e dirigir o primeiro Grupo Escolar em Descalvado, onde residiu pelo período de um ano. Regressando à Pirassununga, assumiu a direção do Grupo Escolar Coronel Franco, até a sua remoção para São Paulo, em 1912, onde foi dirigir o Grupo Escolar de Santo Amaro.
CHICO MESTRE DIRIGIU O CORONEL FRANCO
Quando da criação do Grupo Escolar "Coronel Franco", em fins de 1904 e início de 1905, foi nomeado seu diretor adjunto. O primeiro diretor foi Francisco Camargo. Depois sucedeu ao professor Mauricio na direção da escola. “Chico Mestre” permaneceu no cargo até agosto de 1910.
Nessa época foi removido para São Paulo e nomeado primeiro diretor do Grupo Escolar de Santo Amaro. Na mesma escola completou 30 anos de magistério, mas não se aposentou. Ainda exercia as funções de diretor no Grupo Escolar de Santo Amaro quando a morte o colheu.
Uma angina tirou a vida de Francisco Conceição. Ele faleceu no dia 21 de janeiro de 1914 na cidade de São Paulo e foi sepultado no Cemitério do Araçá.
Francisco Conceição era, também, capitão da Guarda Nacional. Maçom atuante, pertenceu a Loja Cruzeiro do Sul de Pirassununga e, posteriormente, à Loja 7 de Setembro, na capital.
O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO “CHICO MESTRE” QUE NÃO VINGOU
Em 1953, o deputado estadual Vicente Botta apresentou projeto de lei na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, denominando o Instituto de Educação de Pirassununga de Instituto de Educação “Chico Mestre". A propositura, sabem-se lá as razões, não foi aprovada pelos parlamentares naquela ocasião.
APLACE
A cadeira de n.º 12 da APLACE - Academia Pirassununguense de Letras, Artes, Ciências e Educação -, de Pirassununga, tem como patrono o professor Francisco Conceição, o “Chico Mestre”.
Homem bondoso e modesto, a simplicidade de suas maneiras mal evidenciava a vasta cultura de seu espírito. “Chico Mestre” era amante de tudo quanto representava o bem estar de seus semelhantes.
Foi exemplo em todos os sentidos. Tinha por única mira educar a infância, preparando-a para os dias da vida. Como homem público foi professor dedicado e cumpridor rigoroso de suas obrigações.


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