HISTORICO DA LINHA:
Em 1877, a Paulista abria o primeiro trecho, partindo de Cordeiros até Araras, do que seria o prolongamento de seu tronco. Em 1880, a linha, com o nome de Estrada do Mogy-Guassú, atingia Porto Ferreira, na mesma época em que a autorização para cruzar o Mogi e chegar a Ribeirão Preto foi indeferida pelo Governo Provincial, em favor da Mogiana. A linha, então, foi desviada para oeste e atingiu Descalvado no final de 1881, seu ponto final. Em 1916, as modificações da Paulista na área entre Rio Claro e São Carlos, na linha da antiga Rio-Clarense, fizeram com que o trecho fosse considerado como novo tronco, deixando a linha a partir de Cordeiros como o Ramal de Descalvado. Desde o começo em bitola larga (1,60m), ele funcionou para trens de passageiros até julho de 1976 (Pirassununga-Descalvado) e até fevereiro de 1977 (Cordeirópolis-Pirassununga). Trens cargueiros andaram pela linha até o final dos anos 1980. Abandonado, o ramal teve os trilhos arrancados entre 1996 e 2003.
A ESTAÇÃO:
A estação de Laranja Azeda foi inaugurada como "posto do km 73", em 1886, e era um barraco que servia de posto para a saída do primitivo ramal de Emas.
A quilometragem que identificava o posto era contada a partir de Cordeiro. O nome definitivo, que aparece pela primeira vez nos relatórios de 1890 da Cia. Paulista, provinha do córrego ao lado da estação: "Tiveram começo e vão adeantados o chalet para posto telegraphico em Laranja Azeda ".
A inauguração do posto definitivo aconteceu no mesmo dia da abertura do primeiro trecho do agora chamado ramal de Santa Veridiana, e que chegava então até Baguassu, de acordo com o relatório de 1891: "A 26 de novembro de 1891 foram entregues ao trafego as estações de Emas e Baguassu. Aquela dista 6 e esta 13 km de Laranja Azeda, ponto de entroncamento do ramal com a linha principal, que se dirige a Descalvado. Naquele ponto funciona apenas uma estação telegraphica para o serviço de staff.
Toda a baldeação e composição dos trens se faz em Pirassununga, a 5 km de Laranja Azeda (...) Foram assentadas duas caixas de ferro sobre pilares de tijolo, em Laranja Azeda e Baguassu para deposito de agua necessaria á alimentação das locomotivas. É abundante e de boa qualidade a agua utilizada que chega, pela acção da gravidade, a ambas as caixas, em tubos de ferro de 2" de diametro (...) A caixa de Laranja Azeda presta-se tambem á alimentação das locomotivas que correm na linha principal, vindo assim a satisfazer uma urgente necessidade que desde muito se fazia sentir no trecho da linha, entre Laranja Azeda e Porto Ferreira (...)". O posto era então um ponto estratégico na linha.
O ramal de Santa Veridiana foi concluido em 1893, mas o movimento na estação nunca foi muito grande, pois a baldeação de trens não era feita ali. Mesmo assim, a vila cresceu, a plataforma foi ampliada (em 1938), e chegou a existir ali uma cerâmica e uma escola, hoje desativadas.
Contam os pouquíssimos moradores do local de hoje, totalmente favelizado, que nos últimos tempos dos trens de passageiros, que por ali parou de passar em meados de 1976, que a composição muitas vezes nem parava, apenas reduzia a velocidade, como que prestando uma reverência à velha estaçãozinha.
Ainda pode se ler hoje, com algum esforço, nas laterais do chalet de 1891, o nome da estação. Os trilhos foram retirados em agosto de 1997, e a vila praticamente desapareceu, sobrando a estação, algumas poucas casinhas e a caixa d'água de 1891 (Ralph Mennucci Giesbrecht - do seu livro "Caminho para Santa Veridiana - As ferrovias em Santa Cruz das Palmeiras").
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Filemon Peres; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana, 2003; Cia. Paulista: Álbum de 50 anos, 1918; Cia. Paulista: Relatórios anuais, 1872-1969; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Filemon Peres; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana, 2003; Cia. Paulista: Álbum de 50 anos, 1918; Cia. Paulista: Relatórios anuais, 1872-1969; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht).
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